segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

15 motivos para que você leia livros

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Luiz Cesar Pimentel, no R7
Meio que todo mundo sabe que ler é bom em diversos níveis, mas juntei aqui 15 motivos de fontes diferentes que provam cientificamente que ler faz bem. Para tudo.
1. Ler ajuda a dormir melhor
Todo mundo interage com tela atualmente. Mas as emissões de sinais eletrônicos coloca sua mente em estado de atenção (como se fosse para se manter acordado). Ler com luz suave tem o efeito oposto. Quem tem o costume de ler umas páginas antes de dormir sabe bem disso.
Fonte: huffingtonpost.com
2. Ler reduz stress
A Universidade de Sussex provou que seis minutos somente de leitura diária são mais eficientes até do que ouvir música ou caminhar para combater stress.
Fonte: huffingtonpost.com
3. Ler te deixa mais bonito (tá, atraente)
Basicamente porque ler causa a impressão inerente de te deixar mais esperto, logo mais confiante, logo isso reflete inclusive na sua postura, que é uma das principais armas de sedução.
Fonte: buzzfeed.com
4. Ler encoraja a busca por conquistas
A Universidade do Estado de Ohio fez um estudo interessante, de que quanto mais você se identifica com um (ou vários) personagem na leitura, muito maior é a chance de você tomar ações na vida.
Fonte: rd.com
5. Ler aprimora sua empatia
É um dos resultados imediatos da leitura. Estudo mostra que se deixar envolver pela leitura e pelos desafios de personagens do livro traz sentimento de identificação e consequente empatia aos esforços dos outros.
Fonte: huffingtonpost.com
6. Livros de auto-ajuda são importantes aliados no combate à depressão
Isso também é provado também cientificamente. O número de depressivos e, mais importante, o grau de depressão diminui consideravelmente com a leitura de livros de auto-ajuda no período de um ano. Pense nisso antes de criticar a “indústria dos livros de auto-ajuda”.
Fonte: huffingtonpost.com
7. Ler amplia seu vocabulário
Um hospital em Rhode Island fez um teste em crianças de oito anos, e aquelas para as quais os pais liam histórias tiveram desenvolvimento de vocabulário 40% maior. Isso é amplificado na vida adulta.
Fonte: raisesmartkid.com
8. Ler te torna mais rico culturalmente e menos preconceituoso
Outro estudo, do National Endowment for the Arts, mostra que a leitura desperta uma aceitação maior por outras culturas. Logo, por hábitos diferentes dos seus.
Fonte: rd.com
9. Ler é tão terapêutico quanto música e cinema
A American University fez pesquisa e recomenda que, quando em momento de dificuldade na vida, ler sobre tema correlato induz a vivenciar a luta do personagem no livro e transportar para a vida prática.
Fonte: buzzfeed.com
10. Ler um romance melhora atividade cerebral por dias
Pesquisa da Universidade Emory aponta que o resultado da leitura atua nos moldes de exercícios físicos para o cérebro. Romances o transportam para experiências de outras pessoas e a imersão tem resultados biológicos.
Fonte: independent.co.uk
11. Ler previne Alzheimer e Demência
O cérebro exercitado funciona como o coração – benefícios a longo prazo e diversos estudos apontam prevenção das duas.
Fonte: huffingtonpost.com
12. Leitores são mais inteligentes e têm melhor memória
Quando você lê, cria espaço para novas memórias no cérebro. Quando você exercita o cérebro dessa maneira, o órgão cria novas sinapses e afia a capacidade de memória, abrindo espaço para mais informações serem guardadas.
Fonte: buzzfeed.com
13. Ler faz com que você escreva melhor
Quando você lê, se torna uma espécie de ladrão de estilo (de escrita). Quanto mais você se identifica com a maneira de o autor escrever, mais aquilo afeta e aprimora sua capacidade de escrita. Da mesma forma que músicos são influenciados por músicas que gostam.
Fonte: buzzfeed.com
14. Ler traz de fato o mente sã em corpo são
Leitores são provados cientificamente melhores alunos nas academias, têm compromisso maior com desempenho e com regularidade de atividade física.
Fonte: rd.com
15. Ler te faz um ser humano mais humano
Mais um estudo: quem lê regularmente tem três vezes mais chance de exercer alguma função de caridade ou mesmo de praticar isso no dia a dia, pois a leitura comprovadamente te faz mais sensível aos problemas que nos rodeiam.
Fonte: independent.co.uk
Se você chegou até aqui, começou bem.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O verdadeiro valor da literatura segundo C. S. Lewis

"Este, até onde eu sei, é o valor específico ou o bem da literatura considerada como Logos: ela nos permite ter experiências outras que não as nossas. Elas não são, assim como nossas experiências pessoais, todas igualmente valiosas. Algumas, como é dito, nos "interessam" mais do que outras. As causas desse interesse são, naturalmente, extremamente variadas e distintas de um homem para o outro; podem ser o costumeiro (e nos dizemos "É verdade!') ou o anormal (e nós dizemos 'Que estranho!'); podem ser o belo, o terrível, o impressionante, o emocionante, o patético, o cômico ou o meramente provocativo. A Literatura dá o entrée a todas elas. Nós que fomos verdadeiros leitores toda a nossa vida raramente percebemos a enorme extensão de nosso ser que devemos aos autores. Nós o percebemos melhor quando falamos com um colega iletrado. Ele pode ser cheio de bondade e bom-senso, mas habita um mundo pequenino. Nele, nós nos sufocaríamos. O homem que se contenta em ser somente ele, e, portanto, menos um Eu, está numa prisão. Meus próprios olhos não são suficientes para mim, eu verei pelos olhos de outros. A realidade, mesmo quando vista pelos olhos de muitos, não é suficiente. Eu verei o que os outros inventaram. Mesmo os olhos de toda a humanidade não são suficientes. Eu lamento que os animais não possam escrever livros. Com muito gosto eu aprenderia como são as coisas para um rato ou uma abelha; com ainda mais gosto eu perceberia o mundo olfativo carregado com toda a informação e emoção que ele tem para o cachorro.

A experiência literária cura a ferida sem prejudicar o privilégio da individualidade. Existem emoções de massa que curam a ferida, mas elas destroem o privilégio. Nelas, nosso Eus separados são agrupados e nós afundamos na sub-individualidade. Mas, ao ler boa literatura, eu me torno mil homens e, ainda assim, permaneço eu mesmo. Como o céu noturno no poema grego, eu vejo com uma miríade de olhos, mas, ainda assim, sou eu que vejo. Aqui, como em louvor, em amor, em ação moral e em saber, eu transcendo a mim mesmo e sou mais eu mesmo do que nunca."

LEWIS, C. S. An experiment in criticism. Cambridge: Cambridge University Press, 1992, pp. 139-141. Tradução: Rodrigo Rocha Silveira

terça-feira, 26 de novembro de 2013

50 anos sem C. S. Lewis

Por Gabriele Greggersen para Ultimato
 
No mês em que “comemoramos” os cinquenta anos da morte de C.S. Lewis, eu não poderia deixar de homenageá-lo. Mas o que um irlandês, nascido dois anos antes da virada do século 19 para o 20, que viveu as duas Grandes Guerras, poderia dizer a nós, brasileiros, hoje?

É preciso considerar antes de tudo, que sua leitura não é fácil e exige habilidades de interpretação e avaliação crítica que poucos leitores brasileiros têm até hoje. É só olharmos para os resultados dos exames aplicados pelo governo em todo o sistema de ensino brasileiro. Tanto é assim que quando eu procurei uma editora em 1989 (ano em que festejávamos os cem anos do nascimento de Lewis), a resposta para a minha proposta de série de palestras comemorativas foi: “Quem é que vai ler C.S. Lewis no Brasil”?

Não obstante, Deus colocou em meu coração a fé nesse projeto e hoje, principalmente após a produção de três filmes de cinema sobre as “Crônicas de Nárnia”, perdi a conta de conferências, semanas teológicas e eventos em igrejas, seminários, faculdades e universidades pelas quais já fui convidada até hoje para falar sobre o autor.
 
E o que é que me fez apostar nesse autor e até defender uma tese sobre “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupas”, publicada como “Antropologia Filosófica de C.S. Lewis” (editora Mackenzie, para cuja republicação estou em busca de editora) e resumida em “A Pedagogia Cristã na Obra de C.S. Lewis” (Ed. Vida)?

Certamente mais as diferenças entre a sua cultura, seu tempo e o pensamento, do que as semelhanças. Os britânicos são conhecidos por serem pontuais, disciplinados, tradicionalistas, sistemáticos, racionalistas e quase “medievais” na sua cultura. Nós somos o inverso de tudo isso e, portanto, precisamos ouvir o nosso “outro” para com ele aprendermos. Essa seria a abordagem “negativa” da obra de Lewis, ou seja, daquela parte que completa aquilo que falta à nossa cultura e educação. Em outras palavras, esse seria o “não” do autor irlandês para com a cultura, educação e ética brasileiras.

Por outro lado, o autor também tinha uma mensagem desse tipo, negativa, para a sua própria cultura, que é a atenção não apenas para a razão, mas também para as emoções e a imaginação, ou criatividade, e isso, nós, brasileiros, temos de sobra. Assim, sua mensagem adquire também uma dimensão positiva, não falando apenas do que “não devemos” ser, fazer ou pensar, mas também do que estamos “convidados” a ser, fazer ou pensar.

Lewis costumava dizer que enquanto a razão é o “órgão” da verdade, a imaginação é o do sentido, ou seja, apenas na interação entre esses dois aparelhos de leitura da realidade é que podemos ter uma compreensão significativa do mundo. (E a aprendizagem significativa, envolvendo a criatividade está em moda nas teorias educacionais de hoje, que também estão presentes no Brasil, ainda que de forma “importada”, ponto esse que tenho explorado bastante nas discussões sobre a atualidade do autor para a educação).

Mas será que nós valorizamos essa qualidade - a da criatividade - em nossa educação, ética e cultura (exceto, quem sabe, relacionada ao carnaval)? E nos meios evangélicos, nos seminários e igrejas, que espaço tem sido dado à criatividade? Certamente muito pouco, a não ser, quem sabe, no campo da música com graus de intensidade e diversidade bastante diferentes de acordo com a vertente denominacional. Os produtos da criatividade e da imaginação são usualmente encarados com desconfiança, como objetos e instrumentos do mal numa verdadeira “demonização” da cultura que não seja propriamente “evangélica”.

Independentemente da denominação, entretanto, e do preconceito ou medo que se tem contra tudo o que é imaginativo, principalmente se isso envolve “seres” de “outro mundo” (os do imaginário mitológico ou da interioridade humana), todos os cristãos admitiriam que Deus é infinitamente criativo, o que ele expressou ao máximo por ocasião da criação do mundo. Aliás, todas as religiões, não apenas as cristãs, têm uma narrativa da criação, mais ou menos fantasiosa, “revelada” pela Graça Comum.

A diferença é que na narrativa cristã do gênese, há claramente uma colaboração entre a razão (“No princípio era o verbo", - ou logos - Jo 1.1) e a visão (... e “viu que era bom”...); entre a imaginação e o fato histórico, que se deu de forma especial na criação do homem “à imagem e semelhança de Deus”. Se somos imagem e semelhança de Deus, também abarcamos em nós esses dois lados ao mesmo tempo: o da razão e o da imaginação. E como Jesus deixa claro na “Parábola dos Talentos”, nós nos tornamos culpáveis quando resolvemos enterrar e não fazer florescer os “talentos” que Deus nos deu. Com isso, ele não estava se referindo certamente a posses, riqueza ou dinheiro - ou pelo menos, não só a isso -, mas àquilo que já nascemos propensos a desenvolver: todos os nossos dons e talentos, inclusive os artísticos e culturais.

Certamente esses são apenas alguns aspectos da atualidade de Lewis para a cultura e cristianismo brasileiro. Convido o leitor a ajudar a escavar essas verdadeiras pepitas em sua obra.

domingo, 13 de outubro de 2013

Sobre mensagem do Pr. Josué de 13/10 - Este mundo tenebroso


Frank Perreti - Fonte: http://www.wherethemapends.com/Interviews/Frank%20Peretti.jpg

"Examinai as escrituras todos os dias para ver se as coisas são de fato assim."  
Atos 17:11.
 
 Há um ano mais ou menos comecei a escrever resenhas para este blog, sendo a maioria delas, por uma preferência pessoal, relativas a obras de ficção. Já foi discutida aqui sobre o "desprezado poder da ficção", gênero que nos oferece verdadeiros mestres como J.R.R.Tolkien e C.S. Lewis.

Entretanto, no caso do livro da resenha de hoje - "Este mundo tenebroso" de Frank Perreti - e até mesmo em outros títulos - como a já discutida aqui série "Deixados para trás" - cabe perguntar se aquilo tudo está de acordo com a Bíblia ou não. Muitas vezes, idéias passadas por certos livros são nada mais do que veros "retratos" da cosmovisão de determinada pessoa ou de determinada época.

Especificamente sobre "Este mundo tenebroso", obra que foi feita em dois volumes, trata-se da história de uma guerra entre duas forças antagônicas com objetivos definidos de domínio sobre nações, cidades e corações, com seu dia-a-dia e os afazeres dos personagens como pano de fundo. Guerras, batalhas entre anjos e demônios, possessões de pessoas e até de crianças por anjos caídos são comuns nesta série. Mas cabe a cada um de nós provar as coisas que recebemos, pô-las sob a luz da palavra de Deus para que recebamos a verdadeira verdade que vem do Alto.

Sinceramente, creio que até mesmo em obras como estas há algo a se aproveitar. "Considere todas as coisas, mas retenha só o que é bom." , como se mostra em 1 Tessalonicenses 5:21. Desta forma, cabe a cada um de nós avaliarmos o que há de bom em cada uma destas obras, e simplesmente expelirmos de nossas mentes o que não está de acordo com a Palavra. De forma mais simples, não deixar que a cosmovisão do autor contamine a nossa visão do que o Senhor nos revela - talvez um personagem ou outro nos inspire ou nos revele algo, mas que seja de acordo, SEMPRE, com a Palavra de Deus.

Concluindo, ler um livro é uma das melhores diversões que há. Nossa biblioteca tem vários deles - ficção e religiosos - esperando por você. Apenas tome cuidado para que os livros não te arrastem para seu mundo...
 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

25 livros que todo cristão deveria ler

Richard Foster e Dallas Willard formularam uma lista de livros que todo o cristão deveria ler, além - é claro - da Bíblia, que não precisa estar em nenhuma lista. Os reconhecidos escritores defendem a sua escolha e falam sobre cada um dos integrantes da lista em uma obra que será lançada este mês pela editora Ultimato. Vamos à lista:

  • Sobre a Encarnação, Santo Atanásio;
  • Confissões, Santo Agostinho;
  • Ditos dos Pais do Deserto, Vários; 
  • A Regra de São Benedito, São Benedito; 
  • A Divina Comédia, Dante Alighieri; 
  • A Nuvem do Não-Saber, Anônimo; 
  • Revelações do Amor Divino (Exibições), Juliana de Norwich; 
  • Imitação de Cristo, Thomas de Kempis; 
  • Filocalia, Vários; 
  • As Institutas, João Calvino; 
  • Castelo Interior ou Moradas, Santa Teresa de Ávila; 
  • A Noite Escura da Alma, São João da Cruz; 
  • Pensamentos, Blaise Pascal; 
  • O Peregrino, John Bunyan; 
  • A Prática da Presença de Deus, Irmão Lourenço; 
  • Um Sério Chamado a uma Vida Devota e Santa, William Law; 
  • O Caminho de um Peregrino, Autor desconhecido; 
  • Os Irmãos Karamázov, Fiódor Dostoiévski; 
  • Ortodoxia, G. K. Chesterton; 
  • A Poesia de Gerard Manley Hopkins; 
  • Discipulado, Dietrich Bonhoeffer; 
  • Testamento sobre Devoção, Thomas R. Kelly; 
  • A Montanha dos Sete Patamares, Thomas Merton; 
  • Cristianismo Puro e Simples, C. S. Lewis; 
  • A Volta do Filho Pródigo, Henri J. M. Nouwen.

Muitos desses livros estão disponíveis em nossa Biblioteca.

Que acharam da lista? Há algum livro que você incluiria na lista?

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Morre o Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho



Por Priscila Rocha

Faleceu nesta terça-feira (1º), na cidade de Campinas (SP), o pastor Isaltino Gomes Coelho Filho, vítima de câncer. Filósofo, Psicólogo e Teólogo, Isaltino era o escritor Batista com o maior número de livros publicados ainda vivo. Costumava se identificar como “carioca por nascimento, paulista por jeito de ser, amazônida por desígnio divino, português por herança. Cidadão do Reino por graça de Jesus”.

Concluiu o curso de Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul, em 1971 e fez Mestrado em Teologia Pastoral na Faculdade Teológica Batista Equatorial na cidade de Belém (PA).

Pastor Isaltino estava com 41 anos de ministério e contribuiu muito para o crescimento da Fé Cristã no Brasil e em várias regiões de língua portuguesa.

Para conhecer um pouco mais de sua obra acesse o portal abaixo:

domingo, 29 de setembro de 2013

Movimento neopentecostal brasileiro – um estudo de caso


 “Neste livro, o autor mostra dados preliminares sobre o neopentecostalismo brasileiro e a Igreja universal do Reino de Deus – IURD. O texto vai discorrendo sobre o desenvolvimento do pentecostalismo brasileiro, desde o seu início até o atual movimento da terceira onda.”

O missionário David Allen Bledsoe, com larga passagem por igrejas brasileiras, constrói uma verdadeira tese sobre o que é a IURD, passando pela análise de seu fundador e líder principal, organização eclesiástica, vias de ministério, mensagem fundamental e expansão no Brasil e no exterior.

Daí passa para todos os valores que facilitaram o crescimento da IURD e sua integração na sociedade brasileira, indo num crescente até se ter condições a responder à pergunta: “A IURD, como uma das manifestações mais visíveis do movimento neopentecostal brasileiro, facilita ou inibe o sucesso da evangelização na sociedade brasileira?”.

Desta forma, líderes eclesiásticos e leitores em geral poderão entender a complexidade, ensinamentos, estratégias e práticas da IURD e de igrejas congêneres, bem como entender como isso se encaixa na história do movimento neopentecostal brasileiro.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O desprezado poder da ficção

Gênero que consagrou autores como C.S. Lewis representa menos de um por cento do mercado literário brasileiro. 


C. S. Lewis

Quando utilizou parábolas para falar sobre as realidades do Evangelho, Jesus ratificou o poder que existe na ficção para transmitir valores cristãos. Seu exemplo foi replicado ao longo da história da Igreja e gerou livros antológicos, como O peregrino, de John Bunyan, e a série As crônicas de Nárnia, de C.S. Lewis. 

Nos Estados Unidos, país que é referência também no mercado editorial cristão, a literatura ficcional, já tradicional, encontra-se em franca ascensão. No Brasil, contudo, o gênero ainda enfrenta muita resistência. Segundo o presidente da Associação dos Editores Cristãos (Asec), Sergio Henrique de Lima, ela não representa um por cento dos catálogos das publicadoras evangélicas. Já o presidente da Associação de Editoras Evangélicas dos Estados Unidos (ECPA, sigla em inglês), Mark Kuyper, comemora o que chama de "era de ouro" do gênero em seu país. Na mais recente conferência anual da Associação Americana de Escritores de Ficção Cristã, seus com seus 2,6 mil membros, foi anunciado que essas obras já representam 16% do total de livros vendidos no mercado cristão dos EUA. 

O respeitado teólogo e escritor irlandês Alister McGrath, por exemplo, acaba de escrever três livros de ficção cristã, a série As crônicas de Aedyn. Dois volumes – O voo dos exilados e Os escolhidos – foram publicados no Brasil pela editora Hagnos. "Lewis provou que o caminho para a verdade é a imaginação. A série Nárnia ajuda os leitores a compreender mais profundamente o que é a fé cristã e a diferença que faz em nossa vida", afirma.

"TOCAR O CORAÇÃO" 

"Um livro ficcional leva o leitor em uma jornada com personagens que enfrentam e superam todo tipo de problemas e obstáculos", concorda a premiada escritora Rachel Hauck. Em entrevista a CRISTIANISMO HOJE, ela disse que o gênero tem o poder de tocar o coração dos leitores. Sua obra mais recente, O vestido de noiva, saiu no Brasil pela Editora Ágape, narrando a história de um personagem que perdoa seus pais por abandoná-lo. 

Ela faz uma comparação: "A ficção usa o poder da história para o leitor enxergar e sentir as realidades cristãs. Já a não-ficção ensina lições que nosso cérebro compreende – mas pode levar tempo para que sejam assimiladas e, assim, postas em prática". Criar uma cultura nacional de investimento em livros de ficção evangélica é uma tarefa árdua, na opinião de Sergio Henrique. "O problema é que envolve assuntos culturais. É preciso que surja um livro impactante, como foi a saga Crepúsculo". 

Só que, para Alister McGrath, uma obra com tal impacto só chegará às livrarias se o ciclo vicioso que se construiu sobre essa questão for rompido: como as editoras não investem no gênero, escritores que poderiam criar ótimas histórias ficam desestimulados, pois sabem que não terão como publicar seus livros. Logo, esses autores de qualidade permanecem escondidos e sua produção não chega ao mercado. Desatar semelhante nó é o caminho para que o leitor brasileiro possa desfrutar do valor – e, por que não dizer, das bênçãos? – da literatura cristã ficcional.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A Cruz do Rei - Timothy Keller

Autor renomado e líder da Igreja Presbiteriana Redeemer, Timothy Keller fez deste A cruz do rei bem mais que uma instigante compilação de uma série recente de sermões baseados no Evangelho de Marcos: trata-se de um belo ensaio de apologética. Ao lembrar que nunca a cultura em geral dispensou tanta atenção ao Jesus histórico, Keller argumenta que, se pretendemos investigar sua vida, a fim de esclarecermos se Jesus realmente viveu, morreu e ressuscitou, para saber se a história da Páscoa contém um "fundo de verdade" ou, quem sabe, contém a chave para a história, precisamos nos voltar para os Evangelhos, os documentos históricos que contam a história de Jesus.

Keller cita o fato de que há 200 anos alguns estudiosos começaram a dizer que os Evangelhos eram tradições orais que foram embelezadas com vários elementos lendários ao longo de gerações, mas contrapõe esse entendimento com um argumento levantado por Richard Bauckman: os Evangelhos são histórias orais que foram escritas a partir dos relatos das próprias testemunhas oculares, as quais ainda estavam vivas e atuantes na comunidade.

Dividida em duas partes ("o Rei" e "a cruz"), a obra de Keller conta, em 18 capítulos, os momentos essenciais da história narrada no Evangelho de Marcos, na esperança de que o leitor encontre (ou reencontre) Jesus por meio desses relatos.