Essa é uma expressão usada por muitos que fundamentam assim a sua postura apolítica, i.e, "que ou aquele que não se interessa por política ou por ela tem aversão" (Dicionário Houaiss). Contudo, a expressão pode ser usada em um outro sentido, que, paradoxal e aparentemente, envolve sim participação, e às vezes até militância política. O significado da expressão depende do sentido da palavra!
Das diversas definições da palavra política duas se destacam: 1) política é a arte de bem governar os povos. "Política denomina a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados; a aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política externa). Nos regimes democráticos, a ciência política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua militância. A palavra tem origem nos tempos em que os gregos estavam organizados em cidades-estados, chamadas "polis", nome do qual se derivaram palavras como "politiké" (política em geral) e "politikós" (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos), que estenderam-se ao latim "politicus" e chegaram às línguas européias modernas através do francês "politique" que, em 1265 já era definida nesse idioma como "ciência do governo dos Estados". O termo política é derivado do grego antigo (politeía), que indicava todos os procedimentos relativos à pólis, ou cidade-estado. Por extensão, poderia significar tanto cidade-estado quanto sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à vida urbana" (“Política”, in Wikipédia).
Neste sentido, i.e,.como arte de bem governar, o conceito é positivo e fundamenta a conhecida afirmação aristotélica: "o homem é um animal político." Dessa política eu gosto e procuro "participar" e não tentar ser "apolítico", embora não goste da militância. Vale a pena lembrar que o ex-presidente americano Nixon teria enviado tropas ao Vietnã fundamentado na "maioria silenciosa", i.e., na maioria pretensamente apolítica!
Mas política também pode ser: 2) astúcia, ardil, artifício e esperteza. Há aqueles que fazem política usando de artifícios, manobras, conchavos, lobby, mentira e até usando as leis, encontrando nelas brechas! Infelizmente tal "política" vem sendo usada na sociedade de um modo geral, por vezes nas denominações religiosas e até em igrejas. É dessa política que não gosto, nem jamais gostarei, até porque não tenho tal habilidade nem quero desenvolvê-la. Talvez porque não sou político, mas profeta! O instrumento do político é a habilidade, a astúcia; o do profeta é o "assim diz o Senhor"
Não seria necessário dizer que o crente regenerado tem o dever de não fazer parte da maioria ou minoria silenciosa, mas de participar efetivamente da vida política da cidade, estado e nação, votando e até, se é sua vocação, militando politicamente. Por outro lado, por ser nova criatura, não deveria jamais usar de astúcia, ardil, artifício, esperteza, manobras, conchavos, lobby, mentira e muito menos brechas na lei para astutamente no trato das relações humanas, obter os resultados desejados!
Como crente devo ser um "animal político" participando com o meu voto nos destinos do meu país. Como crente devo rejeitar qualquer ardil para obter os resultados desejados. Afinal jamais os fins justificarão os meios, mesmos que os fins sejam justos!
Nas eleições seja um participante político consciente mas, por favor, não faça política!
Pr. Josué Mello Salgado
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