segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Quando houver calamidade

"Quando pecarem contra Ti (pois não há homem que não peque)... quando houver fome na terra, quando houver peste, quando houver queima de searas, ferrugem, gafanhotos e pulgão, quando o seu inimigo o cercar na terra das suas portas ou houver alguma praga ou doença, toda oração, toda súplica que qualquer homem de todo o Teu povo de Israel fizer, conhecendo cada um a chaga do seu coração e estendendo as mãos para esta casa, ouve Tu, então, nos céus, assento da Tua habitação, e perdoa, e faze, e dá a cada um conforme todos os seus caminhos e segundo vires o seu coração, porque só Tu conheces o coração de todos os filhos dos homens” (1 Reis 8: 46, 37-39).


Uma calamidade, segundo o dicionário Houaiss, é uma grande perda, dano, desgraça, destruição, especialmente a que atinge uma vasta área ou grande número de pessoas; catástrofe, grande infortúnio ou infelicidade pessoal. Quando uma calamidade bate à nossa porta, o que fazer? Em sua oração de dedicação do templo, Salomão responde tal pergunta:


1) Na calamidade, a oração é o canal de comunicação entre o ser humano e Deus.

Para o ser humano que não apenas crê, mas também vive a fé na prática, a oração é o seu canal de comunicação com Deus. A oração assim é fruto do reconhecimento não apenas da existência de um Ser superior, mas da confiança nEle para socorrer em meio à calamidade.


2) Na calamidade, a oração que funciona é aquela que é precedida de auto-exame.

Reconhecer que “não há homem que não peque” (v.46) e “conhecer cada um a chaga do seu coração”, são condições sine qua non para que Deus ouça a oração; curto, para que a oração “funcione”. E contudo como o “auto-exame” ou a auto-crítica pode nos enganar (conf. Jer 17: 9), devemos antes dessa, e para que essa seja efetiva, empreender um “alto-exame”, i.e., um exame do Alto (conf. Salmo 19: 12) e também um “alter-exame”, i.e, um exame através dos outros membros da mesma comunidade de fé (Tiago 5: 13-16).


3) Na calamidade, a oração que funciona é aquela que está lincada com o templo.

A oração para ser ouvida precisa simbolicamente ser feita “estendendo as mãos para esta casa”, i.e., para o templo. Simbolicamente, essa atitude representa a comunhão e participação no Corpo de Cristo, a Igreja. Como se dirigir à cabeça, sendo um membro ausente do corpo?


4) Na calamidade, a oração que funciona é aquela que reconhece a soberania absoluta de Deus

“Perdoar”, “fazer” e “dar a cada um conforme todos os seus caminhos, e segundo o seu coração”, são prerrogativas divinas. Quem ora na calamidade deve reconhecer que a oração implica em submissão à soberania divina, ao tempo divino, e aos propósitos divinos. Aliás, só Deus conhece “o coração de todos os filhos dos homens”!

Então, quando houver calamidade: busque a Deus, faça um alto-, um alter- e um auto-exame dos seus caminhos; seja encontrado na casa de Deus e deixe Deus agir!

Pr. Josué Mello Salgado

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