Por Priscila Rocha
As cinco leis de Ranganathan podem orientar as decisões sobre o que deve ser adquirido em uma biblioteca cristã. Essas leis proporcionam uma expressão fundamental das metas que os serviços de informação deveriam se esforçar para alcançar.
Na primeira lei, os livros são para usar, a interpretação parece obvia, mas, as bibliotecas cristãs, e em geral nem sempre acatam. A implicação que destaca nesta lei é que a avaliação de acervos e serviços deve ser feita em função das necessidades dos usuários. ‘O custo por uso’ precisa ser do mais alto interesse ao se definir os itens que serão incorporados ou não ao acervo. Daí a importância de se conhecer o seu público-alvo, que no caso, são os cristãos interessados em adquirir conhecimento e informação na área teológica.
A segunda lei de Ranganathan, a cada leitor seu livro, é uma extensão da primeira. Ela extrapola a avaliação de acervos e alcança a avaliação da disponibilidade. Não basta que a biblioteca possua o livro procurado por um usuário. É preciso também que ele esteja disponível no momento em que é necessário. A biblioteca é avaliada em função do número de questões respondidas completa e corretamente.
Já a terceira lei – a cada livro seu leitor – complementa a segunda. A importância desta lei está em achar seus leitores potenciais, bem como os usuários precisam achar os livros de que necessitam. As bibliotecas deveriam preocupar-se em mostrar e tornar disponível seus títulos e informar as pessoas acerca do material que lhes seja potencialmente útil.
A quarta lei – poupe tempo do leitor – permeia praticamente todas as demais. A biblioteca cristã não deve preocupar-se não somente em satisfazer a necessidade, mas fazê-la do modo mais eficiente possível. Hoje a acessibilidade de um serviço de informação é o principal fator determinante de seu uso. Na avaliação dos serviços de bibliotecas, deve-se atribuir um peso suficiente ao tempo despendido pelo usuário. Alguém julgará o serviço inacessível se precisar de muito esforço para utilizá-lo.
Na quinta e última lei, a biblioteca é um organismo em crescimento, indica que a biblioteca deve estar pronta para se adaptar a novas condições. Isto incluirá a adaptabilidade a condições sociais cambiantes e aos desenvolvimentos tecnológicos. O crescimento saudável das bibliotecas cristãs no Brasil implica adaptação a condições constantemente mutáveis, e adaptação implica avaliação para determinar que mudanças precisam ser feitas e qual a melhor maneira de realizá-las.
Quanto mais itens da área teológica no acervo da biblioteca cristã, maiores serão as chances de serem atendidas as necessidades de fornecimento de documento. Quanto maior for a coleção de ferramentas de referência, maior será o número de questões que poderão ser respondidas de maneira completa e correta. Então, numa instituição cristã, não basta que se adquira livros, periódicos, CD´s, DVD´s voltados, unicamente, para um tipo de doutrina cristã. É necessário e rico ter um conjunto de correntes de pensamentos, filosofias, doutrinas, opiniões e teses diferentes, pois só assim, será alcançado o objetivo primordial de uma biblioteca especializada em teologia, que é reunir várias abordagens para serem postas em debate.
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