quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O culto que agrada a Deus (Final)

...para que fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus” (I Timóteo 3.15)

Em quatro pastorais anteriores, refletimos sobre aspectos práticos do culto e da adoração no templo. Ressaltamos que o princípio geral do culto é que ele é destinado a Deus, não a nós e nossas vontades. Enfatizamos que o templo não é santo no sentido pagão de “lugares santos” (não é santuário!); mas ele é separado para o louvor a Deus e a adoração. Compreendemos que, do ponto de vista rigorosamente bíblico, não haveria sanção para uso de quaisquer instrumentos musicais no culto: bateria, piano ou órgão; estes devem ser compreendidos como “auxiliares” na adoração e sujeitos à cultura local, uso com bom senso, e respeito à diversidade de gostos e preferências pessoais. Afirmamos que o aplauso é legitimamente uma expressão de elogio, e que, contudo, não é incentivado em nossos cultos para fugirmos do lugar comum do desvirtuamento do culto enquanto louvor devido tão somente a Deus.

Tais reflexões práticas procuraram enfocar aquilo que é central no culto e na adoração: a busca da atitude mental e corporal corretas. Em outras palavras, quem vem ao templo para agradar e adorar a Deus precisa refletir sobre sua atitude mental e corporal visando oferecer a Deus um culto aceitável.

A Bíblia revela que um culto a partir da atitude e do comportamento inadequado pode ser rejeitado por Deus. Diz a Escritura que o Senhor “atentou para Abel e para sua oferta, mas para Caim e para a sua oferta não atentou” (Gênesis 4.4-5). Oferecer a Deus o pior em termos de atitude e comportamento é condenado veementemente na Bíblia: “Pois quando ofereceis em sacrifício um animal cego, isso não é mau? E quando ofereceis o coxo ou o doente, isso não é mau? Ora apresenta-o ao teu governador; terá ele agrado em ti? Ou aceitará ele a tua pessoa? diz o Senhor dos exércitos” (Malaquias 1.8). Por trás de uma oferta e um culto de má qualidade, há sempre um adorador deficiente e rejeitado por Deus!

Da posição estratégica em que me encontro, todos os domingos contemplo com profunda preocupação atitudes e comportamentos corporais que denigrem a imagem do Deus a quem pretendemos adorar: são os que trazem copos de água e iguarias para dentro do templo, pensam estar em uma lanchonete; são os que usam e abusam dos chicles, assemelhando os adoradores a verdadeiros ruminantes; são os que usam roupas bem adequadas talvez à moda sensualista e incrédula do mundo, mas jamais ao culto; são os que se sentam esparramados no banco a exibir suas protuberâncias abdominais, postura talvez adequada a um clube, mas nunca a um templo de louvor a Deus; são os que compartilham carícias, transformando o templo em “namoródromo”; são os que conversam o tempo todo, não deixando qualquer chance ao Espírito Santo de falar; são os que fazem cara feia para tudo o que não condiz com o seu gosto e preferência, esquecendo naturalmente que o culto deve agradar a Deus; são os que manipulam seus celulares, enviando torpedos sobre os temas mais diversos, e há ainda aqueles que, pretendendo protestar contra a Igreja, o pastor, o sermão etc..., ficam inertes sem participar de nada, com a Bíblia aberta “fingindo” que a estão lendo... Enfim, eu me pergunto: o que estes estão fazendo no templo e no culto? E com o profeta Isaías: “Quando vindes para comparecerdes perante Mim, quem requereu de vós isto, que viésseis pisar os Meus átrios?” (Isaías 1.12). Alguns justificam dizendo que é melhor que estes maus adoradores estejam dentro do templo mal comportados do que do lado de fora. Neste assunto, sigo a Bíblia Sagrada: se é para estar no templo que seja somente para adorar e servir a Deus, por inteiro!

SOLI DEO GLORIA

Pr. Josué Mello Salgado

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