Quando sou fraco, sou forte

"Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte" II Coríntios 12:10. 

Eu mesmo, há algum tempo, me aventurei a escrever versos. Gostava muito dos barrocos, na contramão da maioria de meus professores e colegas, e dos românticos. Por isso, boa parte do meu esforço poético foi no sentido de imitá-los dentro dos limites da minha capacidade. O que ocorreu foi, como era de se esperar, que não consegui reproduzir o estilo dos meus mestres, exceto pelo uso de algumas figuras poéticas como a antítese e o oxímoro aqui e ali, figuras tão presentes nos barrocos; e pela construção de poemas narrativos com ritmos e rimas mais livres, que eu admirava fortemente em Gonçalves Dias e em Castro Alves.

O impulso para escrever poemas derivou do incrível talento de meus amigos Carlos Augusto e Flávio Calmon, ambos excelentes poetas. Contudo, minha poesia se destacava por ser quase inteiramente dedicada a temas ligados ao cristianismo. O poema abaixo foi escrito em 2002 e fala sobre as oposições que caracterizam o cristianismo e que são expressas com tanta frequência pelo apóstolo Paulo.

Quando sou fraco, sou forte

           Rodrigo Rocha Silveira

Quando sou fraco, sou forte,

Quando sou louco, sou sábio,

Quando poderoso, frágil,

Quando busco vida, morte.

A humilhação e a rudeza,

A honra, hora da certeza,

O açoite do sofrimento,

O galardão, suave alento.

Amargor do arrepender,

Dulçor da misericórdia,

Somente a Deus glória!

Pois que pode converter

O mais ingrato estulto

Em sábio por Cristo, louco p'ro mundo.