quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Duas respostas ao Natal


Extraído de: Stott, John. A Bíblia toda o ano todo. Viçosa: Ultimato, 2007, p. 153.

Enfim, só há duas respostas possíveis a Jesus Cristo, que são exemplificadas nas figuras contrastantes de Herodes, o Grande, e dos magos. A reação do monarca foi de total coerência com seu célebre caráter. Seu longo reinado foi manchado de sangue. Foram os romanos que o colocaram no trono e o chamaram de "rei dos judeus". No entanto, ele era estrangeiro; seu pai era edomita e sua mãe, uma princesa árabe. Ele não possuía títulos, nem direito de assumir o trono.

Em conseqüência disso, a posição de Herodes era muito instável, e ele vivia aterrorizado por seus rivais. Quando identificava um, tratava de liquidá-lo de imediato. Ele matou sua esposa Mariane; sua mãe, Alexandra; e seus três filhos, Aristóbulo, Alexandre e Antípater. Matou mais da metade dos membros do Sinédrio e diversos tios, primos e outros parentes. Não é surpresa, portanto, que Josefo, o historiador judeu, o chamasse de "monstro implacável", ou que o imperador Augusto dissesse que era mais seguro ser um porco de Herodes do que filho dele. Numa leitura psicológica, ele sofria de uma grave paranóia. E agora os magos chegam perguntando onde está o recém-nascido "Rei dos judeus". Mas o que é isso? Ele, Herodes, era o rei dos judeus; quem era esse farsante?

Em princípio, a mesma situação prevalece hoje. Muitas pessoas têm em Jesus um rival, um inconveniente, um constrangimento, aquilo que C. S. Lewis chamou de "um intruso transcendental". Dessa forma, nos deparamos com uma escolha que temos de fazer. Ou enxergamos Jesus como uma ameaça e resolvemos como Herodes, nos livrar dele; ou o enxergamos como o Rei dos reis e nos decidimos, como os magos, a adorá-lo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário