sábado, 31 de outubro de 2009

Reforma: um movimento inacabado


O dia 31 de outubro de 1517, sem sombra de dúvidas, marcou a história mundial, pois foi nessa data que teve início o processo da Reforma Protestante - movimento reformista cristão iniciado no século XVI por Martinho Lutero, que, através da publicação de suas 95 teses, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, propondo uma reforma no catolicismo.

O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas da Igreja Católica, muito embora as idéias reformistas já estivessem na atmosfera teológica desde a Baixa Idade Média entre os hussitas, os valdenses e os lolardos, por exemplo. Suas teses condenavam a venda de indulgências e a imoralidade do clero. De acordo com Lutero, a salvação do homem ocorria pela fé somente. Embora tenha expressado opiniões contrárias à acumulação egoísta de bens materiais, teve grande apoio dos reis e príncipes da época. Em suas obras, condenou o culto à imagens e revogou o celibato.

Segundo Lutero, gastos com luxo e preocupações mundanas estavam tirando o objetivo católico dos trilhos. Muitos componentes do clero estavam desrespeitando as regras religiosas, principalmente no que diz respeito ao celibato. Padres que mal sabiam rezar uma missa e comandar os rituais, deixavam a população insatisfeita. No campo político, os reis estavam descontentes com o papa, pois este interferia muito nos comandos que eram próprios da realeza.

O homem renascentista começava a ler mais e formar uma opinião cada vez mais crítica. Trabalhadores urbanos, com mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do mundo.

Lutero foi apoiado por vários religiosos e governantes europeus provocando uma revolução religiosa, iniciada na Alemanha, e estendendo-se pela Suíça, França, Países Baixos, Reino Unido, Escandinávia e algumas partes do Leste europeu, principalmente os Países Bálticos e a Hungria. A resposta da Igreja Católica Romana foi o movimento conhecido como Contra-Reforma ou Reforma Católica, iniciada no Concílio de Trento.

Apesar de comemorarmos a Reforma em um dia específico do ano, não podemos considerar a Reforma um simplesmente como um evento pleno e acabado. A Reforma foi um movimento que, em muitos aspectos, continua acontecendo até hoje. Um dos motes do protestantismo, Ecclesia reformata semper reformanda, expressa bem essa idéia. Os ideais nutridos pelos Reformadores como retornar a uma fé depurada das tradições espúrias; voltar às fontes da doutrina cristã, especialmente às Escrituras Sagradas; e viver uma vida voltada não para as glórias pessoais mundanas, mas para glória de Deus e em consonância com o exemplo de Cristo, devem continuar a ser os nossos ideais.

Veja alguns títulos da nossa biblioteca a respeito da Reforma:

A força oculta dos protestantes de André Biéler, Editora Cultura Cristã

A Igreja da Renascença e da Reforma de Daniel-Rops, Editora Quadrante

As institutas de João Calvino, Editora Cultura Cristã

As origens intelectuais da Reforma de Alister McGrath, Editora Cultura Cristã

John Hus (1977), DVD

Lutero de A. de Saussure, Editora Vida

Lutero (2003), DVD

Martinho Lutero: obras selecionadas v. 1 a 10 de Martinho Lutero, Editora Sinodal

O fora-da-lei de Deus - William Tyndale (1987), DVD

Teologia dos Reformadores de Timothy George, Editora Vida Nova

Uma história do pensamento cristão v. 2 e 3 de Justo Gonzalez, Editora Cultura Cristã

Uma história ilustrada do cristianismo: A era dos Reformadores de Justo Gonzalez, Editora Vida Nova

Por Priscila Rocha e Rodrigo Silveira

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