"A teologia evangélica não ignora que o Deus do evangelho se acha voltado para a existência humana, que ele realmente desperta e chama o ser humano à fé e que com isso reivindica e ativa a totalidade do potencial intelectual humano (e não só o seu potencial intelectual). Mas esse fato apenas suscita o interesse da teologia na medida em que ela se interessa, com prioridade absoluta, por Deus mesmo. Ela raciocina e argumenta sob a premissa dominante da revelação da existência e soberania de Deus. Caso quisesse proceder de forma contrária, tentando expor Deus ao critério do ser humano, em vez de expor o ser humano ao critério de Deus, ela seria vítima do cativeiro babilônico de antropologias, antologias e noologias, i. é, de qualquer interpretação antecipada da existência, da fé e do potencial intelectual do ser humano. A teologia evangélica não é forçada nem autorizada a enveredar por tal caminho. Ela sabe esperar, correndo o risco da fé, para verificar como a existência, a fé e a capacidade intelectual do ser humano, como seu ser e sua autocompreensão, em confronto com o Deus do evangelho, superior à existência humana, venham a revelar-se."
Barth, Karl. Introdução à Teologia Evangélica. Tradução de Lindolfo Weingärtner. 5ª edição revisada, São Leopoldo: Sinodal, 1996, p. 12
Barth, Karl. Introdução à Teologia Evangélica. Tradução de Lindolfo Weingärtner. 5ª edição revisada, São Leopoldo: Sinodal, 1996, p. 12
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