Luís Vaz de Camões (1524-1580) é considerado o poeta nacional português. Suas obras ajudaram a moldar a gramática da língua portuguesa e seu gênio produziu uma das maiores epopéias da história da literatura mundial. O "Soneto 96", transcrito abaixo, mostra a convicção do poeta de que o melhor mesmo é crer em Cristo, que é firme como a rocha e infinitamente fiel a suas promessas, apesar do confuso regimento da fortuna, do acaso, do tempo e da sorte.
Soneto 96
Por Luís Vaz de Camões
Verdade, Amor, Razão, Merecimento
Qualquer alma farão segura e forte,
Porém, Fortuna, Caso, Tempo e Sorte
Têm do confuso mundo o regimento.
Efeitos mil resolve o pensamento,
E não sabe a que causa se reporte;
Mas sabe que o que é mais que vida e morte
Que não o alcança humano entendimento.
Doutos varões darão razões sumidas,
Mas são experiências mais provadas,
E por isso é melhor ter nunca visto.
Cousas há i que passam sem ser cridas,
e cousas cridas há sem ser passadas.
Mas o melhor de tudo é crer em Cristo.
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